Adriana Fernandes publicou um ótimo texto sobre esta classe em:
http://360graus.terra.com.br/iatismo/default.asp?did=2099&action=news
reproduzo aqui um trecho:
A Classe Guanabara
Em 1935 Walter Heuer encomendou na Alemanha os desenhos de um barco de bolina retrátil, cabinado e com suficiente conforto para pernoites e cruzeiros pela baía de Guanabara, naqueles tempos de águas límpidas e cheia de ilhas ainda selvagens e desabitadas; a nova classe se chamaria "Guanabara".
O Guanabara é um monotipo de 7,20m por 2,36m de boca, casco de fundo em "V" e seu velame original (vela grande e bujarrona ) com 20m². As primeiras unidades, batizadas "Itaicis" e "Itapacis" vieram da Alemanha, mas os demais foram construídos no Brasil.
A flotilha cresceu rapidamente, ultrapassando as 100 unidades. A maioria navegava em águas da Baía de Guanabara, mas a classe difundiu-se também em outros centros de Vela, principalmente em Porto Alegre. Os "Guanabaras" revelaram-se também ótimos barcos para regatas de percurso dentro da baía que lhes dera o nome e foram pioneiros no Brasil na formação do espírito de equipe, tão importante nos barcos de Oceano, para os quais a classe foi um grande celeiro de tripulações.
Como no inicio da década de 40 ainda não havia muitos barcos de oceano, os "Guanabaras" eram usados para os pequenos cruzeiros em mar aberto até a Baia de Angra dos Reis, Ilha Grande e Parati. Jetro Padro, um entusiasta da classe chegou a velejar sozinho até Santos, num percurso de 200 milhas de mar. Os "Guanabaras" participavam também da regata anual ao rochedo de Pau a Pino na entrada da Baía da Ilha Grande, um percurso de ida e volta de 120 milhas.
Os barcos eram muito marinheiros e bastante competitivos, principalmente depois que seu plano vélico foi acrescido de uma genoa e um spinnaker. As tripulações orgulhavam-se de correr com "muita raça" e não se impressionavam com qualquer "ventinho" e mar grosso.
Além do Rio e Porto Alegre, como o Atlantis, da familia Sokolowski, pelo menos um foi levado à Brasília por Carlos Nascimento, o Chefinho. Alguns sobreviveram até hoje. Sei do Abraão e do Itacibá.