sexta-feira, 19 de março de 2010

Romola - Motor Yatch 1903



Embora não seja de bandeira brasileira, impossível não falar do Romola, um Motor Yatch construído no estaleiro Camper & Nicholson e lançado em 1903. Movido a carvão, queimou 25 ton. deste para navegar 1568 milhas em uma de suas viagens. Esta e muitas outras curiosidades são encontradas no http://www.yatchromola.com/ .


Achado em 1985 pelo arquiteto escocês Fred Multon, totalmente deteriorado, este fez uma reforma que durou 20 anos, o exterior é fiel ao original, mas o barco está modernamente equipado e atualmente faz charters em Cote d’Azur.


Vale a pena visitar o site, muita informação e belas fotos.

sábado, 6 de março de 2010

Classe Guanabara



 Adriana Fernandes publicou um ótimo texto sobre esta classe em:

http://360graus.terra.com.br/iatismo/default.asp?did=2099&action=news
reproduzo aqui um trecho:

A Classe Guanabara

Em 1935 Walter Heuer encomendou na Alemanha os desenhos de um barco de bolina retrátil, cabinado e com suficiente conforto para pernoites e cruzeiros pela baía de Guanabara, naqueles tempos de águas límpidas e cheia de ilhas ainda selvagens e desabitadas; a nova classe se chamaria "Guanabara".
O Guanabara é um monotipo de 7,20m por 2,36m de boca, casco de fundo em "V" e seu velame original (vela grande e bujarrona ) com 20m². As primeiras unidades, batizadas "Itaicis" e "Itapacis" vieram da Alemanha, mas os demais foram construídos no Brasil.
A flotilha cresceu rapidamente, ultrapassando as 100 unidades. A maioria navegava em águas da Baía de Guanabara, mas a classe difundiu-se também em outros centros de Vela, principalmente em Porto Alegre. Os "Guanabaras" revelaram-se também ótimos barcos para regatas de percurso dentro da baía que lhes dera o nome e foram pioneiros no Brasil na formação do espírito de equipe, tão importante nos barcos de Oceano, para os quais a classe foi um grande celeiro de tripulações.
Como no inicio da década de 40 ainda não havia muitos barcos de oceano, os "Guanabaras" eram usados para os pequenos cruzeiros em mar aberto até a Baia de Angra dos Reis, Ilha Grande e Parati. Jetro Padro, um entusiasta da classe chegou a velejar sozinho até Santos, num percurso de 200 milhas de mar. Os "Guanabaras" participavam também da regata anual ao rochedo de Pau a Pino na entrada da Baía da Ilha Grande, um percurso de ida e volta de 120 milhas.
Os barcos eram muito marinheiros e bastante competitivos, principalmente depois que seu plano vélico foi acrescido de uma genoa e um spinnaker. As tripulações orgulhavam-se de correr com "muita raça" e não se impressionavam com qualquer "ventinho" e mar grosso.

Além do Rio e Porto Alegre, como o Atlantis, da familia Sokolowski, pelo menos um foi levado à Brasília por Carlos Nascimento, o Chefinho. Alguns sobreviveram até hoje. Sei do Abraão e do Itacibá.



sexta-feira, 5 de março de 2010

Atair – Motor Yacht 1913


Visitei o Atair em janeiro deste ano. Chamar de raridade é uma redundância, surpreendente talvez seja um adjetivo apropriado.
Embora não esteja sendo usado, permanece todo funcional. Motores, gerador, guincho, eletrônicos, tudo funciona. Devem ter seus macetes como qualquer equipamento já bem usado, mas é soltar da poita e sair navegando. A equipe de bordo mantém-o polido e pronto.
Suas linhas remetem-nos aos tempos das popas lançadas, cascos esguios e velozes com pouco motor ( 15 nós tocados pelos 315 cv dos dois Detroit 6-71). As reformas mudaram a superestrutura, dando-lhe aspecto que já tem história.
Lançado ao mar em 1913 na Inglaterra, seu passado se perdeu, uma amnésia que começa a passar em 1960, quando teve sua dose de glamour, foi da família Matarazzo, mas por pouco tempo. Seu proprietário atual curtiu-o muito na costa do Rio, mas há 3 anos que o barco não sai da poita. Está a venda, é um barco raro a espera de uma pessoa rara.
Sobre este ancião paira a sombra de um fim no ferro velho, quase um crime.



quinta-feira, 4 de março de 2010

Atair – Tempos Modernos

Nas ultimas décadas do século passado o Atair perdeu os mastros, o gurupê e a sereia que lhe decorava a proa. Em troca ganhou a cabine de comando construída em alumínio. Teve seu interior redecorado. Navegou entre o Rio de Janeiro a Angra, quando foi mais longe, foi a Salvador. Vieram os equipamentos de navegação eletrônicos.



Atair - Vinda ao Brasil

1960 – Possivelmente na Argentina, o Atair é comprado pelos Matarazzo. Levado à Santos, ele é reformado durante 6 anos. Tem todo o interior refeito, é quando ganha esta bela marcenaria. As luminárias devem ser desta época.

Atair - Reforma de 1946





Provavelmente por volta deste ano foi feita uma reforma que modernizou o Atair, a cabine de convés foi construída nesta reforma, é a data da instalação dos motores Detroit que nos dá referência das datas. Mantiveram mastros e gurupê; não havia cabine de comando, apenas um toldo.
Nesta reforma já foi utilizada solda elétrica, técnica que foi aperfeiçoada durante a segunda guerra.
Imagino que tirando as máquinas a vapor ganhou-se o enorme espaço da casa de máquinas e o porão destinado ao estoque de carvão foi transformado nas duas cabines de popa que ficam antes da porta estanque.

terça-feira, 2 de março de 2010

Motores Detroit







A GM produziu motores diesel dois tempos desde 1929, eram motores simples, a pré compressão era feita em um compressor montado lateralmente, a admissão era feita por janelas na camisa e a exaustão por valvulas no cabeçote. Esta configuração permitiu que construíssem motores de 2, 3, 4, 6, 8, 12 e 16 cilindros em L e em V . Foram construidos motores espelhados, com rotação esquerda, em tandem e até em quadras. Usados em barcos, locomotivas, locomotivas, caminhões e estacionários. Das diversas séries construidas, a série 71
(71 polegadas cúbicas por cilindro) foi umas das mais produzidas. Um seis cilindros desta série gerava 165 cv para quase 7 litros de deslocamento.